”esquecer o que ficou para trás e olhar para o que está a sua frente...” A frase acima resume bem a conclusão que pretendo dar ao final desse artigo. Não se tem hoje tanta notícia de clientes faceiros por fazer sua adesão a um seguro de vida resgatável. Um contraponto ao que se muito ouvia no final dos anos 90 meados dos anos 2000 quando a oferta de seguros dessa natureza varreu o mercado como uma proposta inovadora, gringa e digna de orgulho. Contudo, ainda hoje, me deparo com pessoas que seduzidas pela abordagem de “ life especialists” militarmente treinados, muito eloqüentes, vestidos e perfumados com muito requinte, contratam apólices concebidas para um vínculo de longo prazo ou quando não vitalício. A ideia central desse produto é a garantia de resgate de parte dos valores pagos ao final de um período e ainda a quitação do seguro e sua vigência até o final da vida. Antes porém que alguém possa aspirar por um final feliz vamos para o olho no olho do negócio. Primeiro, a referência principal dada por estes agentes são relativas a mercados completamente diferentes da realidade brasileira, e esta argumentação remete o proponente a estar tomando uma decisão compartilhada com milhares de pessoas ao redor do mundo e a sensação de pertencimento a esta comunidade tem papel muito influente, o que por si só não seria problema. Segundo, o brasileiro não sabe quanto custa seguro de vida. Poderia listar vários outros aspectos sobre Seguro de vida no Brasil mas o segundo traço que destaquei acima já é suficiente o bastante para explicar a base do sucesso que os seguros regatáveis tiveram e ainda tem. Grosso modo, para um consumidor que não sabe quanto custa em média um seguro de vida tradicional, a promessa de contar com um seguro e no futuro ainda reaver boa parte dos valores pagos pode parecer de cara um excelente negócio. Então é mais ou menos assim ; eu te dou um seguro de 500 mil , você deposita mensalmente 1000 mil durante 120 meses e ao final eu te devolvo 60 mil O que infelizmente nosso proponente não sabe é que o mesmo seguro devidamente cotado no mercado (como fazemos com o seguro do carro), custaria ao longo dos 120 meses menos de 60 mil. A que se ressalvar o caráter fictício do exemplo acima e também os diferentes dimensionamentos atuariais de cada apólice (o resultado da conta não é o mesmo para cada caso) mas em linhas gerais a conclusão recai num cenário de duvidosa vantagem financeira ao consumidor e como o interesse não é em primeiro plano ou não deveria ser de obter vantagem mas também em jamais permitir ver seu rico dinheiro correr solto rumo ao desperdício, fica aqui a recomendação para coleta de uma segunda opinião profissional que além de buscar a melhor solução de seguro, esteja também preocupado com seu bolso. Lembrando que estas apólices preveem naturalmente a possibilidade de seu cancelamento a qualquer tempo, o que dá sentido à frase que utilizei para iniciar essa nossa resenha.
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AutorWelington Carlos de Oliveira foi executivo comercial de diversas seguradoras nacionais e multinacionais durante mais de 20 anos. Atualmente faz parte do time Welco como Diretor Comercial. HistóricoCategorias |